Crise Pós-Eleitoral em Moçambique: 16 Mortos, 100 Feridos e 500 Detidos; Governo Confessa Excessos Policiais
Nas últimas duas semanas, Moçambique vive uma onda de violência pós-eleitoral que já resultou em 16 mortes, mais de 100 feridos e cerca de 500 pessoas detidas. A situação, que surge após os protestos contra o resultado das eleições de 9 de outubro, vem gerando forte reação da população, especialmente pela atuação violenta da polícia.
Manifestações e Protestos pela Paz
Na última terça-feira, médicos saíram às ruas de Maputo em um protesto pacífico, clamando pelo fim da violência policial e pelo respeito aos direitos humanos. Pela primeira vez desde o início das manifestações, a polícia não usou de força, permitindo uma manifestação sem novas vítimas.
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Governo Admite Excesso de Violência por Parte da Polícia
Em um pronunciamento recente, o ministro da Defesa de Moçambique reconheceu que houve “excessos” por parte das forças policiais, mas defendeu que a reação foi motivada pela intensidade dos protestos. A Ordem dos Advogados de Moçambique criticou duramente a violência policial, afirmando que os protestos representam o exercício de direitos fundamentais dos cidadãos.
Controvérsia Eleitoral e Convocação de Novos Protestos
Os protestos tiveram início com a divulgação dos resultados das eleições presidenciais, nas quais a Comissão Nacional de Eleições declarou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, como o vencedor. A oposição, liderada por Venâncio Mondlane, contestou os resultados e convocou uma paralisação nacional e uma série de manifestações, incluindo uma grande marcha em Maputo prevista para 7 de novembro.
Com milhares de pessoas migrando das províncias para a capital para participar do próximo protesto, a situação pode se intensificar nos próximos dias.