O partido Frelimo denunciou, durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo, um movimento que busca retirar do poder os partidos que lideraram a libertação de diversos países africanos, incluindo Moçambique, utilizando golpes de Estado como estratégia. Segundo o partido no poder, a crescente cobiça internacional pelos recursos naturais moçambicanos estaria entre as motivações para esta possível desestabilização.

A conferência, realizada na noite desta quarta-feira, teve como objetivo reforçar o apelo ao respeito pela Constituição e à calma da população, após protestos que surgiram em resposta às eleições gerais de 9 de outubro. Alcinda de Abreu, porta-voz da Comissão Política do partido, expressou preocupação sobre o impacto das manifestações e atos de vandalismo.

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“Moçambique, nossa querida pátria, está a ser vítima de uma onda de manifestações violentas que espalham luto, dor, destruição e aumentam a fome e a pobreza entre os moçambicanos”, declarou Alcinda de Abreu. A porta-voz ressaltou que, embora o país enfrente desafios econômicos e crises, agravados pelo terrorismo em Cabo Delgado, os moçambicanos devem focar no desenvolvimento e na estabilidade do país.

Alcinda de Abreu reiterou as declarações do Ministro da Defesa, mencionando que há interesses externos em fomentar um golpe de Estado. “A Frelimo, como partido que libertou Moçambique do colonialismo e parte dos movimentos de libertação nacional, é alvo de um movimento que busca afastar do poder os partidos históricos que libertaram países africanos.”

A porta-voz também alertou para o interesse de nações estrangeiras nos recursos naturais de Moçambique, afirmando que esses países estariam recrutando cidadãos “distraídos” para incitar a instabilidade no território nacional.