Eleições 2024: António Guterres Exige Calma em Meio a Mortes e Caos Eleitoral

António Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo à contenção das autoridades moçambicanas e enfatizou a importância de garantir a livre expressão de opiniões durante o processo eleitoral em Moçambique. Durante uma conferência de imprensa no Rio de Janeiro, Guterres declarou: “Um apelo à calma, um apelo à expressão das diversas opiniões e posições de forma pacífica.”

Guterres está no Brasil para participar na cimeira do G20, que reúne as 20 maiores economias globais. Na ocasião, ele destacou a necessidade de moderação por parte das autoridades, afirmando que tal atitude é essencial para assegurar que os desafios em Moçambique sejam resolvidos de forma pacífica. “É importante preservar o respeito pelo funcionamento das instituições,” acrescentou.

Contexto dos Protestos e Resultados Eleitorais

O apelo de Guterres ocorre em meio a um cenário tenso em Moçambique. O país tem enfrentado manifestações desde os resultados preliminares das eleições gerais de 9 de outubro, que atribuíram vitória ao candidato da FRELIMO, Daniel Chapo, com 70,67% dos votos. O principal opositor, Venâncio Mondlane, obteve 20,32%, mas rejeitou os resultados, ainda pendentes de validação pelo Conselho Constitucional.

As manifestações de contestação, organizadas por Mondlane, levaram a três dias de paralisações em outubro, culminando em novos protestos em novembro. De acordo com a plataforma eleitoral Decide, as manifestações resultaram em 22 mortes, principalmente em Maputo, além de 23 feridos por tiros e 80 detenções.

Escalada da Tensão

No dia 7 de novembro, uma paralisação geral convocada por Mondlane gerou caos na capital moçambicana. Barricadas, pneus incendiados e confrontos entre manifestantes e forças de segurança, que usaram gás lacrimogéneo e disparos para dispersar a multidão, marcaram a jornada de protestos.

Relevância Internacional

A declaração de António Guterres reforça a importância do diálogo pacífico e do respeito às instituições democráticas em Moçambique. O apelo do líder da ONU sublinha a necessidade de ações equilibradas para evitar a escalada de violência e assegurar um processo eleitoral transparente e justo.

 

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